Editorial

A direita desgovernada e os reis do pátio

 

Em Porto Velho, o PL sufocou candidaturas próprias como Coronel Crisostomo, sabotou nomes como Benedito Alves (que acabou indo ao Solidariedade) e anulou outras possibilidades.

Resultado? Perderam num grupo que parecia imbatível!

 

E mais. Nacionalmente, a Direita vai mal.

Nada como uma bela competição política para mostrar que não há mesmo dono na direitona brasileira.

O primeiro turno deixou claro que, se o ex-presidente Jair Bolsonaro achava que ainda mandava nesse pântano, agora ele deve ter percebido que o gado, ah, esse já pulou a cerca.


A cena? Deputados bolsonaristas, a exemplo do influencer de microfone Nikolas Ferreira, pastor pop Marco Feliciano e o ambientalista ao contrário Ricardo Salles, abandonaram o barco do capitão.

E para quem? Para Pablo Marçal, o guru motivacional em trajes de prefeito. Enquanto Bolsonaro sussurrava apoio ao prefeito Ricardo Nunes, o eleitorado da nova direita seguia em fila indiana para as promessas luminosas de Marçal.

Resultado: 1,7 milhão de votos para Marçal, comparado aos meros 700 mil que reelegeram Eduardo Bolsonaro em 2022. Fica a pergunta: quem é gado agora?

 

E se você pensava que Silas Malafaia, o megafone divino, continuaria a ecoar os desejos de JB, errou feio. O pastor finalmente desafiou o único dogma imutável da direita radical: Bolsonaro é eterno e indiscutível. Pois bem, a festa acabou.

Agora, Malafaia exaltou Tarcísio de Freitas, dando a entender que 2026 pode ter um novo queridinho, sem Bolsonaro no cardápio. E o ex-presidente? Pois é, preferiu o silêncio retumbante.

Um dia ele disparava ofensas por qualquer coisa; hoje, aguarda ansiosamente uma anistia para tentar voltar ao ringue. Saudades do tempo em que o grito era mais forte que o sussurro.

 

Emendas e ironias à parte

Mas não para por aí.

O prefeito Zé Neto, de João Costa, um herói das emendas parlamentares, conseguiu um feito e tanto: perder a reeleição.

Num país onde até pedra ganha quando tem emenda, Zé Neto deve estar repassando as planilhas de promessas não entregues.

Enquanto isso, o PSD de Gilberto Kassab esfrega as mãos. Não só elegeu mais prefeitos que o PT de Lula, como ainda fez isso gastando menos. Parece até uma propaganda de economize mais, ganhe mais.

Enquanto isso, o PT já pode se especializar em como jogar dinheiro pela janela com estilo: gastaram 65% de seus recursos com candidatos que acabaram, bem, desiludidos.

Por fim, que fiquem as lções: lideranças que não lideram, apoio que não sustenta e uma direita que é tão unida quanto gatinhos em um saco. E o ex-capitão? Agora aguarda a próxima salva de silêncio.

 

Assinado,

Conteúdo publicamente cínico e observador.

 

 

 

 

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