Turismo, diplomacia ou mistério internacional? O governador Marcos Rocha e sua viagem “invisível” a Israel
Enquanto o mundo assiste com apreensão à crise humanitária na Faixa de Gaza — e enquanto brasileiros como Thiago Ávila e tantas outras pessoas ao redor do mundo arriscam suas vidas tentando furar o bloqueio israelense à Palestina ocupada — o governador de Rondônia, Marcos Rocha, parece estar em outra missão: explorando, talvez, os sabores locais de Tel Aviv ou visitando pontos turísticos sagrados, como um devoto do Instagram.
Sim, você não leu errado. Enquanto o Oriente Médio ferve em conflitos, o chefe do Executivo de Rondônia aparentemente está… em Israel. A informação circula, fotos aparecem aqui e ali, mas nada — absolutamente nada — consta na página oficial do governo do Estado sobre essa importante viagem.
Aliás, não há uma linha sequer na aba de “agenda do governador”. Mistério digno de filme de espionagem ou apenas um caso banal de falta de transparência com o dinheiro público?
Algumas perguntas inevitáveis se impõem (sem necessidade de tradutor simultâneo, ainda que talvez ele mesmo precise de um):
- Qual é o motivo oficial da viagem de Marcos Rocha a Israel?
- Trata-se de um acordo bilateral para transformar o Cone Sul de Rondônia em um novo kibutz?
- Há quantos dias ele está fora do país?
- Quanto custou a viagem aos cofres públicos de Rondônia? Passagens? Diárias? Segurança?
- Quais assessores estão acompanhando o governador em tão misteriosa missão internacional?
- E, só por curiosidade: Marcos Rocha fala inglês? Hebraico? Árabe? Ou está se virando no “portunhol diplomático”?
Num momento em que o povo rondoniense enfrenta questões muito mais urgentes — de infraestrutura, saúde, educação e crise ambiental — ver o governador em viagem internacional sem justificativa pública levanta uma série de preocupações legítimas.
Não se trata de implicância. Trata-se de transparência, publicidade dos atos administrativos e, claro, de saber se a viagem foi a trabalho… ou se Marcos Rocha virou, entre uma oração e outra, mais um turista espiritual em terras estrangeiras com o passaporte carimbado pelo povo de Rondônia.
No fim das contas, fica a dúvida: quem está governando Rondônia enquanto Marcos Rocha, supostamente, busca iluminação em Israel?
