A controversa nomeação no conselho gestor do Programa “FACULDADE PARA TODOS” em Porto Velho
A recente nomeação do Conselho Gestor do programa “Faculdade para Todos” pelo prefeito Hildon Chaves (PSDB), tem gerado intensas discussões e críticas.
O programa, que destina verba pública para faculdades particulares em Porto Velho, visa ampliar o acesso ao ensino superior na cidade, mas sua implementação tem levantado questões importantes sobre transparência e o uso adequado dos recursos públicos. O programa já é questionado pelo Tribunal de Contas.
Um dos pontos mais controversos é a nomeação de um parente de um parlamentar federal para integrar o Conselho Gestor do programa.
Essa decisão do prefeito Hildon Chaves é vista por muitos como um movimento que mistura política com interesses pessoais, potencialmente comprometendo a imparcialidade e a eficácia do programa.
Afinal, quem melhor para garantir a “eficiência” de um programa público do que alguém já familiarizado com as manobras do poder?
O princípio básico de qualquer programa que utiliza verbas públicas é a transparência e a responsabilidade na sua gestão. Quando há indicações que sugerem favorecimentos ou conflitos de interesse, a credibilidade do programa é imediatamente posta em xeque.
E é claro que, no Brasil, onde a meritocracia floresce, nada como um empurrãozinho familiar para garantir que apenas os mais capacitados ocupem posições de destaque.
A destinação de verba pública para faculdades particulares já é, por si só, um tema delicado. A argumentação de que essa medida amplia o acesso à educação superior é válida, mas precisa ser sustentada por uma gestão transparente e justa.
Quando cargos estratégicos são ocupados por pessoas com laços políticos, a linha entre o interesse público e o privado se torna perigosamente tênue. Isso pode resultar em uma administração voltada mais para beneficiar poucos privilegiados do que para servir a população de Porto Velho como um todo.
Ah, a velha tradição de servir à pátria, desde que a pátria seja a família e os amigos próximos.
Esse episódio evidencia uma prática que, infelizmente, ainda é comum na política brasileira: a utilização de cargos públicos como moeda de troca e a perpetuação de uma elite política que se beneficia às custas do erário.
O prefeito Hildon Chaves, ao nomear um parente de um parlamentar federal, não apenas compromete a credibilidade do programa “Faculdade para Todos”, mas também lança uma sombra sobre sua própria administração, levantando questionamentos sobre suas verdadeiras motivações e prioridades.
Nada como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro e depois se surpreender com a falta de ovos.
A nomeação de membros para o Conselho Gestor do programa “Faculdade para Todos” deveria ser pautada pela meritocracia e pela busca incessante pela transparência e pela eficácia no uso dos recursos públicos.
A decisão do prefeito Hildon Chaves de incluir um parente de um parlamentar federal é um retrocesso nesse sentido, perpetuando práticas políticas questionáveis e prejudicando a confiança da população nas instituições públicas.
Para que o programa alcance seus objetivos de forma justa e eficaz, é fundamental que o Conselho Gestor seja composto por indivíduos cuja nomeação se baseie em critérios técnicos e imparciais, não em laços políticos.
Porque, afinal, nada diz “eficiência” como uma boa dose de nepotismo institucionalizado.
Como sempre, a esperança de uma administração pública limpa e eficiente permanece um sonho distante.
Enquanto isso, continuamos a assistir ao teatro da política, onde a transparência é uma utopia e os interesses pessoais reinam soberanos.