Prefeitura de Porto Velho, em um gesto de notável ousadia, decidiu autorizar a construção de um aterro sanitário nas proximidades da antiga Vila Princesa.

A Prefeitura de Porto Velho, em um gesto de notável ousadia, decidiu autorizar a construção de um aterro sanitário nas proximidades da antiga Vila Princesa. Este empreendimento faz parte de uma Parceria Público-Privada (PPP) com a construtora Marquise, uma empresa que, apesar de enfrentar suspeitas de fraude e superfaturamento, continua a receber a confiança inabalável da administração municipal. Afinal, por que deixar que meras suspeitas interfiram em contratos bilionários?
Demonstrando uma eficiência digna de elogios, o processo de licenciamento ambiental, que normalmente levaria anos, foi concluído em impressionantes 45 dias. Quem precisa de análises detalhadas e consultas públicas quando se pode acelerar o progresso? Especialistas podem apontar falhas, como o uso de estudos ambientais desatualizados, mas esses são apenas detalhes insignificantes no grandioso plano da administração.

O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO), em sua insistência burocrática, determinou o cancelamento do contrato de concessão de resíduos sólidos, avaliado em mais de R$ 2 bilhões. Felizmente, o prefeito Hildon Chaves, com o apoio dos vereadores, sancionou uma lei que sabiamente afastou a competência do TCE-RO sobre o caso. Afinal, quem precisa de órgãos de controle quando se tem uma administração tão autossuficiente?

O Ministério Público e o TCE-RO, sempre tão preocupados com detalhes triviais como legalidade e ética, moveram uma ação civil pública contra o município. Eles parecem ignorar que honorários de mais de R$ 200 milhões são apenas um pequeno preço a pagar pelo progresso. E, claro, a liminar solicitada ainda não foi analisada pelo juiz responsável, porque a justiça sabe que algumas coisas não devem ser apressadas.

A Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd), sempre tão dramática, emitiu um parecer alertando que o descarte de chorume tratado no aterro poderia comprometer o Rio Madeira, que já enfrenta a pior seca registrada em 2024. Eles até solicitaram a suspensão imediata das licenças ambientais e recomendaram a busca de outro local para a disposição dos resíduos. Claramente, estão exagerando; afinal, o meio ambiente pode esperar.

Há também rumores maliciosos sobre ligações entre o prefeito Hildon Chaves e representantes da Marquise, incluindo seu advogado pessoal emitindo notas em favor da empresa e possíveis conexões familiares nos Estados Unidos. Mas, claro, essas são apenas coincidências que não merecem nossa atenção.

Em suma, a administração de Porto Velho está claramente comprometida em avançar com projetos questionáveis, ignorando órgãos de controle e preocupações ambientais, tudo em nome do progresso. Quem precisa de transparência e responsabilidade quando se tem uma visão tão grandiosa para o futuro?

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